Dia 38 – 5.FEV.08 – 3ª. Feira
KAFOUNTINE
Pelas 9,30h saímos praia fora até à zona contígua ao porto de pesca, onde o peixe é ‘’tratado’’ para ser exportado, sobretudo para as zonas interiores da Guiné-Bissau e Guiné-Conakry.
Incrível constactar que ao longo de toda a praia dão à costa centenas ou milhares de peixes (parcialmente colhidos por naturais...) que são lançados à água quando a pesca excede a absorção pelo mercado...
(todo o tratamento do peixe, inicia-se na praia... o fumo escurece o ambiente... 2 a 4 dias ao sol... )
O peixe é aberto, depois ‘’fumado’’ de 2 a 4 dias e finalmente sêco ao sol outros 2 a 4 dias...
Os ‘’restos’’ são também empacotados para alimentação de animais, sobretudo aves domésticas (galinhas etc.).
Pelo caminho assistimos à ‘’largada’’ de rêde e a sua recolha no areal...
Claro que o peixe chega aos magotes e nada melhor que comprar meia dúzia... devidamente tratados na praia... será o nosso jantar de hoje e de amanhã...
(e mesmo ao lado do ''resort'', lá compramos um peixe que de imediato foi tratado e lavado na praia...)
À tarde, nada melhor que ir até à boa piscina do Hotel, mesmo ao lado das nossas AC.
E à ‘’soirée’’ o cinema!...
Dia 39 – 6.FEV.08 – 4ª. Feira
KAFOUNTINE
Manhã calma, dedicada à manutenção da AC. Retirei o filtro de ar... caía areia do deserto da Mauritânia... O hotel tem uma pequena oficina... lá recorri ao compressor para remediar a coisa... umas sopradelas... lá ficou mais decente...óbvio que para uma viagem deste tipo há sempre material que nos deve acompanhar e um filtro de ar, óleo do motor e filtro... 2 pneus suplentes... ninguém vende peneus novos nem reparam os ditos... Amanhã retomaremos o regresso atravessando a Gâmbia de novo... uff só de pensar em tal... até suo!...
O jantar, esse, será no Restaurante do empreendimento. Uma estada deveras compensadora - de registar a simpatia do casal Williem e Natalie – Belgas de Bruxelas.
Dia 40 – 7.FEV.08 – 5ª. Feira
KAFOUNTINE (Casemansa) – BONJOUL (Gâmbia) – TOUBACOUTA (Senegal)
Saída às 7,30h da manhã, com o nascer do sol.
Os 3 km de trilho de areia e saibro barrento... nada grave... a restante estrada até ao cruzamento da via principal, pode-se considerar aceitável, e depois até à fronteira com a Gâmbia... Boa!
À passagem fronteiriça de Casamansa lá fizemos as habituais visitas à Polícia, aos militares e à ‘’douanne’’... – tudo grátis!!!...
(a saída de Casamansa – o pôsto fronteiriço.)
Após 2 km – a fronteira da Gâmbia.
Há que pedir o ‘’VISTO’’ – Como pretendemos apenas passar a Gâmbia, pagamos na moeda do Senegal: 10.000 CFA (€ 15,30).. Na Alfândega, paguei pela AC 3.500 CFA (€ 5,50)....
A estrada, essa, nos 12 km até à via principal, ‘’de bradar aos céus’’... 1ª e 2ª e 5 a 10 km / hora...
5 km decorridos... a Polícia pede 1.000 CFA et voilá!...
À chegada à via principal – bom piso – a Polícia pede de novo 1.000 Fr... argumentei que já havia pago... os meus parceiros pagaram... e a mim... dispensou-me a ‘’cóima’’!...
ao Km 58 – a estrada entretanto é ótima até BONJUL – a capital do país.
Entretanto havia que passar o rio... Nada fácil o estacionamento para adquirir o bilhete... muitos intermidiários parasitas... finalmente o bilhete por 5.200 CFA= € 8,00 (condutor incluido). Se passageiros adicionais mais 200 CFA/cada... barato...
Logo após entrar o portão de acesso, surge comitiva a exigir pagamento suplementar pelo transporte de ‘’mercadorias’’... sorri... e lá me deixaram em paz...
O acesso ao barco é bom... o pior... são os bois e vacas que saem às catadupas...
e no barco... não consigo sair da AC, tal o aconchego entre viaturas... e os africanos passam entre elas, retirando a poeira que existia...
Saídos da ‘’prisão’’ fluvial, lá continuamos viagem...
A estrada entretanto está a ser reconstruida – uma obra financiada pela ComunidadeEuropeia – Portugal incluído...- lê-se num grande painel. Muito pó... e... poeira...
(antes ... dizem ter sido pior... no próximo ano o alcatrão facilitará a passagem... e a CEE paga, Portugal incluido)
Finalmente a fronteira Gâmbia/Senegal. Fronteira comum. De novo o ‘’control’’ de passaporte, aduaneiro e da Polícia... Incrível... tudo grátis... mesmo o ‘’passavant’’ por mais 10 dias... Km 122.
Retomamos as boas estradas.
Seguindo o conselho do casal belga que havíamos encontrado em Casamansa,
pernoitamos no espaço do Hotel ‘’Africa Strike’’ propriedade de um Italiano...
A noite, foi terrível para mim. Ao meio-dia na Gâmbia... sem ter almoçado... comprei um ‘’côco’’... bebi o respectivo sumo... e comi metade do miolo... FATAL!
A noite calma e serena, mas imensamente quente... os mosquitos... e uma brutal diarreia... Corri para o WC à 1h da manhã, às 2, às 3, às 4 e finalmente às 5 horas!... Sem ‘’pregar olho’’...
Percorridos: 5.821Dia: Km 148
Dia 41 – 8. FEV – 6ª. Feira
TOUBACOUTA
Os meus parceiros de viagem facultaram-me 2+2 comprimidos de IMOSSEL, que me revolucionaram o organismo. Tentei dormir pela manhã... sem resultados... e ao meio-dia o calor era tal que ao sentar-me à sombra mesmo com uma pequena brisa... acabei por sentir uma quebra de tensão e perdi parcialmente a visão, ao ponto dos meus amigos se prontificarem a levar-me a Dakar...
Às 4 da tarde decidiram fazer ‘’une balade’’ de barco para visitar a ilha das conchas – uma ilha habitada há centenas de anos atràs, cuja população se alimentava essêncialmente de moluscos, razão pela qual parte da ilha se encontra ainda pejada de conchas...
e a ilha dos pássaros...
A ilha dos crocodilos e dos pássaros, foi das visitas mais interessantes neste domínio – o motor do barco é desligado ao pôr-do-sol e as aves diversas, incluindo os pelicanos, chegam em bandos para dormir na ilha...
(os pelicanos, sobrevoam o local até nós partirmos...)
é que os locais próximos estão infestados de macacos e aqui a passarada está protegida das ‘’macaquices’’... não resisti, ainda que débil, lá fui, até que a noite nos trouxe de volta...
A noite frêsca e sem mosquitos, permitiu que me refizesse do sôno...
Dia 42 – 9.FEV. Sábado
TOUBACOUTA
De manhã tomei o pequeno almoço no hotel, evitando assim o leite com cereais... entretanto a normalidade de saúde, recompunha-se.
A manhã serviu para visitar o pobre mercado da aldeia e as imensas lojas de artesanato.
Visitamos ainda 2 outros hotéis – bem equipados – onde encontramos como hóspedes, muitos alemães, franceses e holandeses... que viajam de avião até Dakar e muitos passam uma semana a pescar nos ‘’boulons’’ – braços de mar.
Após o almoço, tarde calma na piscina.
Dia 43 . 10.FEV.08 – Domingo
TOUBACOUTA – SALY PORTUGAL
A saída matinal por estrada aceitável, durou apenas os primeiros 20 km... logo de seguida, os 45 km restantes até Kaolack, para esquecer... metade do percurso tivemos de sair da estrada para pistas saibrosas e de areia laterais à mesma.
Chegamos entretanto a Saly Portugal, pernoitando na já conhecida ‘’Ferme de Saly’’... e a internet disponível por Wireless!...
Mal havíamos entrado na cancela da quinta e eis que um indivíduo com cerca de 40 a 45 anos me interpela e me fala em bom português.
Segundo ele, seria um pescador moçambicano cujo barco teria sido apresado pelo Senegal e que não tinha dinheiro para regressar a Moçambique!...
Um viajante não se pode deixar levar por mansas palavras apelando à solidariedade... ficou de voltar e avisou-me de que deveria ter cuidado pois a cidade tinha muitos indivíduos que se dedicavam ao roubo...
Como ao Domingo não se deve trabalhar, almoçamos principescamente sobre a praia, à sombra de frondosas árvores um belo prato de marisco e peixe...
(ovelhas e cavalos... vão ao banho...)
À tardinha, lá voltamos praia fora a visitar a pequena cidade.
Km percorridos: 6.010 – Dia: 180 km (44.947)
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