a visita à Estação de comboios onde apodrecem algumas pérolas dos caminhos de ferro
TABUAÇO - GRANJA DO TÊDO - TABUAÇO - S. JOÃO DA PESQUEIRA
Pela manhã, a convite dos nossos Amigos, fomos conhecer ali a uns 15 km a bela aldeia da Granja do Têdo, onde nunca havíamos estado.
Granja do Tedo é uma freguesia do
concelho de Tabuaço, com 4,67 km²
de área e 214 habitantes (2011). Densidade: 45,8 hab/km².
Foi sede de concelho até 1834, quando
foi integrada no também já extinto concelho de São Cosmado. Era constituído apenas pela freguesia da sede.
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o 'adro' das festas serve para secar o milho |
Bastante rica em termos de
história e património cultural, existem no seu território vestígios
arqueológicos que nos fazem recuar ao período romano, nomeadamente os troços de
viação antiga que ligam a Granja do Tedo a Longa e a Leomil, e talvez as
fundações das actuais pontes que atravessam o Tedo e o Tedinho, provavelmente
recuperadas na Idade Média, se tivermos em consideração os cavaletes
pronunciados, e depois reedificadas no século XVII, conforme documentação da
época.
Do período medieval existirão as ruínas do antigo Mosteiro beneditino de São Fraústo e do templo que serviu de paroquial, depois capela de São Sebastião, nos lugares do Santo e Mártir, bem como um fragmento de tampa de sepultura medieval cristã, actualmente guardada no pátio do Solar Oliveira Rebelo.
Do século XVII subsistem as ruínas do Hospício dos Frades que se achava ligado à Capela da Senhora do Socorro, e que foi erigido para convalescença dos frades doentes de Salzedas, administradores da referida Capela. Referência, também, para a denominada Casa dos Mouros, ainda sem estudo e datação que a atribua a um período histórico específico, e o conhecido e enigmático Poço de Ferro, no leito da ribeira de Leomil.
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a praia fluvial do Têdo |
No que concerne ao património religioso é de referir a excelsa Igreja Matriz da Granja do Tedo, com excelente altar-mor joanino, a Capela das Chagas de São Francisco (com a qual se instituiu o Morgadio da Granja do Tedo), a Capela de Nossa Senhora do Socorro, concluída em 1615, e a rocaille Capela de Nossa Senhora das Mercês, da 2.ª metade do século XVIII, incorporada no solar dos Oliveira Rebelo, ou ainda o Cruzeiro no Largo do Adro, do século XVIII, os Passos da Via-sacra, espalhados pelas ruas da povoação, e o pequeno Nicho de Santo António, à entrada do lugar do Povo de Baixo.
No plano da arquitectura civil privada poderão ser observados, além de uma grande variedade de outros imóveis habitacionais edificados entre os sécs. XVI e XIX, diversos edifícios solarengos, designadamente o majestoso solar dos Oliveira Rebelo (Morgados da Granja do Tedo) e um Palacete seiscentista, ambos no Povo de Cima, ou ainda o palacete da família dos Lucenas e Mergulhões, no Povo de Baixo, no seio da qual foi instituído, por ordem real, o título de Visconde da Granja do Tedo.
Recentemente, a Granja do Têdo
foi beneficiada, no âmbito das actividades do Centro Rural de São Martinho das
Chãs, em que se insere, com um parque de merendas, uma praia fluvial e um
jardim histórico que pretende recordar o amor de D. Thedon e da princesa árabe
Ardínia.
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percorremos a pé o percurso desde a aldeia até à ponte sobre o Têdo |
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já no regresso, paramos na subida para apreciar a panorâmica geral da aldeia |
Chegados às proximidades de Tabuaço, breve paragem para visitar o recém inaugurado Hotel Douro Inn.
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lá do alto do Hotel avista-se Tabuaço |
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subimos à suite presidencial... ao fundo o complexo das piscinas onde pernoitamos |
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o centro de Tabuaço |
Antes de deixarmos Tabuaço, o almoço no Restaurante ''Tábua d'Aço'' na piscina.
Prosseguimos viagem sempre por paisagens que nos dispensamos descrever pois as imagens falam por nós...
Muito próximo de São João da Pesqueira, surge à esquerda uma simpática AS para autocaravanas, num enorme largo térreo na proximidade do Restaurante que lhe deu vida. Paramos para as necessárias tarefas de reabastecimento e descargas... e continuamos...
Já a noite caía quando chegamos a São João da Pesqueira.
Estacionamos no _P_ da retaguarda do Tribunal por ser um local central e que nos garantia sossego absoluto durante a noite.
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o edifício onde funciona o Tribunal de São João da Pesqueira |
Percorremos a pé o centro lanchando num simpático café próximo da Câmara Municipal.
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o percurso da jornada |
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O edifício da Câmara Municipal |
Percorridos: 163 Km ( dia 33 Km ) ( N41º 08'46.6'' W 007º 24´07.4'' )
Dia 16.nov.13 - sábado
S. JOÃO DA PESQUEIRA - aldeia de S. Xisto - FERRADOSA - S.SALVADOR DO MUNDO - barragem da Valeira (Cachão) - Foz do Tua - ALIJÓ
Mesmo a seguir à Ferradosa encontramos São Xisto, aldeia onde se podem
visualizar as imponentes encostas do vale da Ferradosa, recheadas de vinhedos e
maciços graníticos em harmoniosa conjugação.
Para além destes panoramas e miradouros, poderá o turista praticar desporto
em caminhadas, ou então percorrer por canoa, quilómetros de rio a montante da
Ferradosa, através das águas acalmadas pela barragem da Valeira.Um percurso
lindíssimo que permite ao visitante conhecer em profundidade o imponente vale,
o núcleo rural de S. Xisto com os magníficos panoramas sobre o Douro.
O microclima do vale tem as características mediterrânicas do Alto-Douro,
porém no Verão as temperaturas são elevadas.
A geologia do local dita os materiais com que as casas são edificadas.
Imperam os granitos a norte, nos maciços montanhosos, visíveis no filme, e a
sul, na região mais planáltica os xistos.
Assim as casas e muros da aldeia de São Xisto têm as paredes em alvenaria
de xisto, as soleiras e padeeiras em granito, as varanda emolduradas em
madeira.
As condições climatéricas favoráveis à agricultura privilegiam os laranjais, os olivais e as vinhas.
Observamos na margem direita do Douro várias quintas, que no conjunto com outras
a reabilitar, bem podem ser usadas para o turismo, tal como já observado na
aldeia de São Xisto; é a adaptação destes espaços aos tempos actuais.
Na margem ribeirinha podemos contemplar o cais fluvial da Ferradosa, onde
no Verão atracam grandes embarcações, e a partir daqui se podem praticar
desportos náuticos, como o remo, a vela ou o ski aquático.
Do outro lado da margem observamos o percurso ribeirinho da linha do Douro
, os grandiosos maciços graníticos a elevarem-se quase na vertical, algumas
centenas de metros a cima do nível das águas.
Enfim um paraíso de cenários e paisagens em perfeita harmonia com o rio
Douro e a linha férrea, símbolo da primeira revolução industrial, o vapor e que
implementou nesta região a comunicação e escoamento com o litoral.
Linha do Douro - Estação da Ferradosa
Em 1873 inicia-se a construção da linha de caminho de ferro do Douro; no concelho da Pesqueira a construção desta via férrea, passa pelo lugar da Ferradosa e Vargelas. Este percurso faz parte do troço da Linha do Douro Tua-Pocinho inaugurado a 10 de Janeiro de 1887, passando a via férrea neste troço a localizar-se na margem esquerda do Douro, depois de atravessar uma importante ponte metálica, no lugar de Ferradosa (Vale de Figueira).
Posteriormente, com a conclusão das obras da Barragem da Valeira em 1976, esta ponte metálica é desmantelada e a estação de caminho de ferro fica inactiva, procedendo-se á construção de nova ponte de caminho de ferro e respectiva estação mais a montante do local original.
Haveríamos de retroceder subindo o ziguezaguear característico da região, até ao alto de S. Salvador do Mundo.
O roteiro montanhoso que iniciamos em São João da Pesqueira até ao espelho de água da albufeira da barragem da Valeira, é cheio de transições.
No alto com imensos vinhedos, mais em baixo, as propriedades agrícolas com citrinos e oliveiras.
A paisagem, cheia de miradouros naturais a cada esquina, é já forte razão para uma tranquila visita e contemplação de todo o espaço envolvente.
Miradouro São Salvador do Mundo
Situado na estrada que segue de São João da Pesqueira em direcção à Barragem do Cachão, e a cerca de 5km de distância da vila, encontra-se este Miradouro composto por um conjunto de dez Ermidas do século datadas maioritariamente do XVI.
As Ermidas compõem os Passos da Paixão de Cristo e no dia de Corpo de Deus
realiza-se uma bonita romaria e festejos. No interior têm esculturas
policromadas representativas de cenas da Paixão de Cristo, popularmente
apelidadas de “judeus“.
Daqui a vista é magnífica, com o Douro a perder de vista, cortando as Serras
que se dispõem no horizonte, sobranceira à barragem da Valeira.
O Miradouro é tradicionalmente procurado por raparigas que querem casar, dizendo a lenda que, ao dar um nó nas muitas giestas que por ali existem, vão encontrar facilmente um bom homem para casar.
O Miradouro de São Salvador do Mundo, em São João da Pesqueira situa-se na margem esquerda do Douro. Daqui, uma estrondosa vista sobre o Rio e a Barragem da Valeira corta-nos a respiração.
A cerca de 493 metro de altitude, o local é também sinónimo de peregrinação, albergando o santuário de São Salvador do Mundo.
Ao fundo, podemos ver a velhinha linha do Douro e, com sorte, ver passar alguma das locomotivas.
Foi nos turbulentos rápidos da Valeira que morreu afogado o Barão de Forrester, tendo sido salvas as senhoras que com ele iam no barco, devido ao singelo facto de boiarem, com as suas saias – de – balão…o que as salvou de morte certa.
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a barragem da Valeira do Cachão vista da capela cimeira |
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estação do Tua |
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foz do Tua |
Chegados a Alijó ainda dia, haveríamos de fazer um pequeno desvio para visitar a 'adega' do Vitor Nascimento onde saboreamos um 'Porto de Honra' e nos abastecemos de um bom vinho da sua propriedade.
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na Adega do Vitor Nascimento... provar... e trazer!!! |
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sempre diferente... |
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pernoita em Alijó |
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Alijó |
Percorridos: 240 km ( dia 77 km ) - (N 41º 16' 25.7'' W 007º 28' 29.2''
Dia 17.nov.13 - domingo
ALIJÓ - AMARANTE - BRAGA
De Alijó, subimos até próximo de Murça onde entramos na A4 que por enquanto se faz graciosamente, o mesmo não acontecendo ao chegar a Vila Real onde à entrada do novo viaduto do Corgo um 'pórtico' nos cobrou € 1,20 (classe II), custo este que compensa já que este viaduto evita curvas e subidas acentuadas.
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o vídeo da ''obra''...
Para terminar a viagem 'em beleza', nada melhor que fazer uma etapa na sempre apetecível Amarante onde nos deliciamos no já conhecido Restaurante
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o regresso |
Percorridos: 380 Km ( dia 140 km )
4 comentários:
António R.
Apreciei a sua prosa repeitante à viagem pelo Douro.
Felicito-o pelas extraordinarias fotos que postou. Sem dúvida que o Outono aporta novos matizes à paisagem duriense. E quando o sol se faz presente, tudo é mais fácil.
Parabéns.
Carlos da Gama
Bom dia Sr. António
Maravilhosa viagem, paisagens lindas, os reflexos na água (finais) estão fantásticos. Saudades de Portugal... Abraços
San & Dan (felizmotorhome.blogspot)
Brasil
olá antónio !
bonito passeio com paisagens igualmente belas ; ainda há cantinhos deste país que tu não conheças???
uma sugestão quanto a futuros posts : não repitas tanto as mesmas fotos , apenas com pequenas diferenças de planos , aparte disso....PARABÉNS !!
um abraço
marilia+david
Olá António, as paisagens do Douro dão sempre boas imagens, já para não dizer momentos fantásticos.
Passei para lhe desejar um novo ano pleno de saúde, alegrias e muitas aventuras.
Um abraço
Ruthia d'O Berço do Mundo
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