Dia 3 de viagem - 21set15 - 2ª. feira
TABUAÇO/ADORIGO/TABUAÇO
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Eis-nos num dos cenários mais soberbos do Douro Vinhateiro |
Convidado todos anos a participar nas vindimas, tidas como um “acontecimento cultural que se mantém até aos dias hoje” e que continua a reunir tradições e saberes populares.
Tudo começa com um passeio pelas vinhas e consequente participação nas vindimas.
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À esquerda, o Alto da Galafura |
O teatro das operações decorre numa das propriedades mais espectaculares e soberbas das escarpas vinhateiras do Douro.
Ligeiramente a montante do Alto da Galafura ( O sítio, conhecido por ter inspirado Miguel Torga), só que na margem esquerda, concretamente na localidade de Adorigo no Concelho de Tabuaço.
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Uma quinzena de homens e mulheres trabalham desde quase o amanhecer |
Há que não ter problemas em se sujar e ficar atento às explicações de quem sabe, até porque vale a pena conhecer que castas se vão roubando às plantas à medida que se cortam os cachos.
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Ei-las prontas para ir para a Sandeman |
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Vindimar num cenário destes... com os barcos de turismo e o combóio que na outra margem serpenteia o rio... só para quem gosta. |
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Galafura na outra margem |
A apanha da uva que, por ali e por tradição, é manual.
Recolhidos os cachos sob um sol quente de verão, e esgotadas as primeiras energias do dia, é tempo de ir provando as adocicadas uvas.
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A ''Cuca'' bem instalada para assistir às vindimas. |
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Quem trabalha, tem sêde...e o farnel está por perto |
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Mais uma carrada a caminho da Sandeman |
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A Emília trabalhou de verdade |
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Já o Artur, mostrou talento para 'capataz'... |
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O rugir do combóio faz-se notar no silêncio do lugar |
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Turistas mil |
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Beleza que não cansa |
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O Nuno encavalitado na colheita da manhã |
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Um 'motoqueiro', ou melhor um 'motard' original - ''motoclube.rabelosdoasfalto'' |
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Apita o combóio... |
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De chapéu... o Je... na vindima |
Dia 4 de viagem - 22set15 - 3ª. FEIRA
TABUAÇO
Mais um dia, o mesmo cenário.
Cansativo? Sim, o vindimar. Porquê? Faz-nos 'vergar a mola' já que as parreiras são baixinhas e pelo menos para quem há muito não tem o hábito de trabalhar.
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Ora se vindima, ora se regala com um belo cacho de uvas |
Vindimas
Na vinha
ao romper da aurora
Corta, corta, corta a-i-ô
Vindimam por aí fora
Corta, corta, corta ai ô
E na vinha e no lagar
ouve-se o mesmo cantar
Corta, corta, corta ai ô
Levando cestos pesados
upa, upa, upa ai -ô
Os homens lá vão cansados
upa, upa, upa ai ô
E na vinha e no lagar
ouve-se o mesmo cantar
upa, upa, upa ai-ô
No lagar atarefados
Pisa, pisa, pisa ai-ô
de calças arregaçadas
pisa, pisa pisa ai-ô
E na vinha e no lagar
ouve-se o mesmo cantar
pisa, pisa, pisa ai-ô
Maria Helena Amaro
1983
Escola de S. Lázaro, Braga
Adaptação de uma música popular
"Fui ao Douro às vindimas,
Não achei que vindimar,
Vindimaram-me as costelas
Olha o que lá fui buscar."
(Cancioneiro popular duriense)
Fui ao Douro à vindima,
Não achei que vindimar,
Vindimaram os meus olhos,
Colheram-mos para o lagar.
Não achei que vindimar,
Nem sequer um só baguinho,
Mas meus olhos d'uva preta
Apanharam p'ro um cestinho.
Nem sequer um só baguinho
P'ra fazer um néctar doce,
Mas meus lábios de cereja
Quiseram-mos p'ra sua posse.
P'ra fazer um néctar doce
Com aroma a mosto fino,
No cálice dos meus abraços
Escreveram meu destino.
Com aroma a mosto fino
E cheirinho de hortelã,
Aromatizaram meus beijos
Certos olhos de avelã.
E cheirinho de hortelã,
Matizada de sol posto,
Guardaram-me em cave d'ouro
Em licor de fino gosto.
Matizada de sol posto,
Orvalhada de tons quentes,
Fui ao Douro à vindima,
Colhi só olhares ardentes...
(Sterea)
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Após o almoço, o Artur foi pendura da moto 4 do Nuno |
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A família que sempre nos acolhe com galhardia e hospitalidade |
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Já de molas vergadas... |
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Os 'medronhos' vão dando sinal de amadurecimento |
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E no final da tarde, demos por finda a vindima de hoje |
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Há que visitar as pequenas adegas das gentes da terra |
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O ''Berto'' levou-nos a casa do Sr Manuel para quem o trabalho lhe vai dando Vida. |
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Uvas assim, são um gosyo ver e provar |
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O quarteto provador |
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Uma horta digna de visita |
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O 'nosso bairro' no Tabuaço |
Dia 5 de viagem - 23set15 - 4ª. FEIRA
TABUAÇO
Vindima
Mosto, descantes e um rumor de passos
Na terra recalcada dos vinhedos.
Um fermentar de forças e cansaços
Em altas confidências e segredos.
Laivos de sangue nos poentes baços.
Doçura quente em corações azedos.
E, sobretudo, pés, olhos e braços
Alegres como peças de brinquedos.
Fim de parto ou de vida, ninguém sabe
A medida precisa que lhe cabe
No tempo, na alegria e na tristeza.
Rasgam-se os véus do sonho e da desgraça.
Ergue-se em cheio a taça
À própria confusão da natureza.
Miguel Torga
No terceiro dia de vindima, já o rendimento por mim dado, foi quase nulo.
Da parte da tarde, deambulando pela sossegada Tabuaço, achei bizarro submeter-me à 'tosquia' num dos simpáticos barbeiros da terra.
Confesso que jamais havia desfeito a barba com navalha.
Barbeiro, apenas para cortar o cabelo.
Há sempre uma primeira vez na vida, neste caso pedir ao barbeiro para cortar o cabelo e desfazer a barba... uma novidade que mereceu foto para a posteridade.
Três dias muito agradáveis entre Adorigo e Taabuaço.
Dia 6 de viagem - 24set15 - 5ª. FEIRA
TABUAÇO - PENEDONO - MÊDA
em breve
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